Adeus Amigo



Introdução: Palavra do autor!


A Angústia também é uma Dor!

A causa da angustia é nossa fraqueza emocional é nossa dificuldade de racionalizar problemas.
Esta fraqueza emocional nós trazemos do ventre da nossa mãe.
Posso afirmar aqui; que a Angustia é genética.
Pessoa que tenha vindo de uma mãe segura e foi um filho planejado dificilmente vai sofrer deste mal.
Angustia é um sintoma de emoções mal resolvidas ou compreendidas.
Uma traição nos traz angustia muito profunda por que olhamos a traição como uma coisa altamente negativa, olhamos sempre como ingratidão. E a levamos ao sentimento de culpa.
Mesmo quando somos traídos nos sentimos culpados e nos angustiamos.
Porque o "Clic" da traição apenas nos informa, que alguém não esta satisfeito conosco.
 1° Capítulo

O Sol se esconde atrás dos prédios da cidade de Nápoles.
Levando com ele seus raios.
Luz inconfundível, raios que algumas vezes, cismavam em abraçar aqueles olhos cinzentos.
 Ah, como ele gostava de sentir o Sol sempre em seus olhos, iluminando seu caminho para casa, para sua família como a luz de um eclipse singular.
Mas, agora, cabe a ele mesmo clarear seu caminho de trevas indissolúveis.
Os neons dos prédios abrem seus olhos cinzentos e acusadores, enquanto ele espia pela janela atento às ruas.
Estático.
= Parece seguro.
-Parece? Alguma vez pareceu ou já foi seguro?
=Jamais…

Ele está em sua casa, um quarto simples bastante rústico que fica em um prédio inacabado e abandonado, bem no centro da cidade de Nápoles.
Lá estava ela novamente. Ele olha ao longe enquanto ela vem chegando com seu andar inconfundível toc...toc...toc..toc... Ele pode vê-la por cima, como uma frágil pintura em seus cabelos vermelhos cacheados. Ela se chama Vânia e faz parte dessa triste realidade das ruas.

Outras singularidades que são notáveis no bairro, é o alarido peculiar de prostitutas e cafetões que transitam no beco fazendo parte da “decoração”. Vânia é uma jovem “inocente” que entra no beco e é logo atacada por traficantes, mas uma criatura vestida de negro vem em sua defesa domina os crápulas, e por fim assusta a moça com sua máscara ninja, dizendo a ela;

= Desta vez, vou deixá-la ir! Mas se voltar aqui eu vou dessecá-la com minhas mãos nuas!

E mostra a ela sua unha enorme que escapole da luva de couro, pois a moça na verdade é uma viciada em busca de mais uma dose, sabe que vai apanhar e mesmo assim vem buscar a “erva”, isso, quando não é algo mais forte, que ela vem comprar para alguns filhinhos de papai servindo de “AVIÃO” e pagar assim a sua “erva”.

A jovem sente um frio na espinha. Mesmo sabendo que naquele mesmo quarteirão, na esquina oposta, existe uma delegacia, ela sente medo, pois nunca vira sequer um policial rondar aquelas ruas escuras do bairro pobre de Nápoles. Um bairro conhecido na vizinhança como “ponto” porque este local é usado por viciados durante as noites, o cheiro forte daquela “erva natural” invade até nas janelas de prédios vizinhos.

O bairro em si não è seguro nem asseado, uma reserva de containers de lixo determina o fim do bairro, e logo ao lado nasce o “Gueto”, a fonte daqueles marginais que perturbam a segurança dos moradores locais. A rua deste beco é chamada de Integração por ser a mais perigosa, todos os dias pessoas são vitimas de assaltantes ao atravessarem suas vias.

A moça fez que sim com a cabeça, a criatura a soltou, e a fez prometer que nunca mais voltaria. Ela desapareceu daquele quarteirão com muita pressa, seguindo até uma pequena praça, onde sentou para se refazer do susto.

A criatura deu um sorriso de canto, encostou o ombro na parede e ficou olhando para ela de longe sem se incomodar com os morcegos que voavam de um lado para outro, caçando os pequenos insetos atraídos pela luz fraca dos postes.
O que o homem sente pelos morcegos é mais igualdade do que nojo daquelas criaturas chamadas inconvenientemente de “ratos de asas”


2° Capitulo

Uma gota de suor frio escorreu por sua face, a ansiedade que sentia era um sofrimento completo.
 A vida dele não tinha motivos, mas ele precisava estar vigilante, foi uma promessa que fez e vai cumprir.
Andando absorto de volta para casa ele está com os pensamentos em completa revolução.
De repente ele observa nas sombras dos prédios em frente dois vultos. Não os reconheceu, mas os vultos continuavam parado como se esperassem a sua passagem por eles.

Ele não acreditava que fossem traficantes, por achar que a proximidade da policia local inibisse suas presenças. E continuou andando naquela direção. Até que:

- Ei mano! Chega mais pra nós bater um papo!

Um dos vultos falou saindo da sombra. Era um homem bastante suspeito, fumando um cigarro irreconhecível mesmo para ele que é fumante inveterado.
A criatura de negro parou, se controlou, queria parecer calma, mas por algum capricho foi na direção do misterioso cara, respondendo a seu chamado. O cara falou querendo  parecer amistoso

- Tem um trocado ai mano? Nós ta com fome pode passar um trocado, pra nós compra um sebosão? – Continuou o rapaz, mostrando cada vez mais sua má intenção.

O homem de negro botou a mão no bolso, fingindo procurar algumas moedas, estendeu a mão com elas para o rapaz, quando percebeu finalmente o cheiro forte do baseado. Aproximou-se dele e lhe entregou os trocados, logo em seguida deu dois passos para traz.

- Só isso mano? Todo ai paradão na esquina deve ser um dos nossos, e só tem isso? Sabe comequié! Agente ta com fome, a pança ta vazia, você podia dar pelo menos uns dez mango!

- Toma dele “Fumaça”! – Disse o outro vulto que ainda estava parado na sombra, revelando o apelido nada sugestivo do colega.

- É isso ai! Me dá esse dinheiro logo, e para de fazer cú doce! Você vem no nosso pedaço e acha que pode ficar ai, todo- todo!

Dizendo isso o fumaça avança em busca do dim dim .

= Calma! Vocês querem mais? Eu dou! – Ele falou isso enquanto controlava a ansiedade de atacar os meliantes.

-Coé mano tu acha que agente é doido! Ta tentando fugir? – “Fumaça” foi até ele agarrando seu braço com força e violência.

- É “Fumaça” ele ta tentando fugir de nós. - diz “Ratão” agarrando e puxando a criatura de negro para dentro da sombra. A criatura começa a rir e com sua mão esquerda segura o pulso direito de “Ratão” que dava uma geral nele.
“Fumaça” se assusta com o movimento rápido do homem que ele julgava ser um bandido comum e tenta salvar seu irmão segurando o homem de negro em uma gravata e exigindo que ele solte “Ratão”.
Sem se importar com “Fumaça” o homem vai forçando o braço de “Ratão” e ainda rindo, estanca o corpo dele com a mão direita espalmada em seu ombro, e continua lhe torcendo o pulso, virando o braço totalmente para fora, como seu ombro está preso “Ratão não consegue sair do golpe. De repente, eles ouvem estalos e o homem de negro solta “Ratão” que quase chorando pela dor se abaixa segurando a mão que com certeza estava quebrada.

Enquanto que, com o cotovelo esquerdo  deu um forte golpe no rosto de “Fumaça” fazendo-o soltá-lo. “Fumaça” apanha na cintura um punhal e passa na barriga da criatura que dá um salto, mas é pego de raspão sentindo esquentar no lugar do corte. Em um movimento rápido ele roda o corpo desfechando um golpe com a ponta do pé, no rosto de “Fumaça” “Ratão” mesmo com a mão quebrada o segura pelas costas, tentando salvar o irmão, O Homem, puxa “Ratão segurando na cabeça dele e com um giro de corpo o atira por cima do ombro, indo bater justo no irmão e caindo os dois.
Assim a criatura se desvencilha do marginal entorpecido, apanha o canivete suíço que reluz a lamina afiada e se encaminha para os dois irmãos com a mão no ferimento causado por "Fumaça" rosnando de ira.

“Fumaça” está nocauteado, com o nariz fraturado pelo chute e “Ratão” rola de dor por haver caído por cima do braço quebrado.

 Ao ver o homem de negro se aproximando “Ratão” grita:

- “Fumaça”! Cadê você!

O violento ladrão agora se tornava mais uma vítima do medo, se deparando com o terror da morte.

- “Fumaça” vem aqui me ajudar mano!

Grita “Ratão” apavorado. O Homem o segura pela jaqueta encosta na parede e coloca o canivete bem em baixo do queixo dele que vendo a morte de perto pergunta;

- Quem é você cara?

=Eu? – pergunta o homem.

Chega o rosto bem próximo do rosto de “Ratão” e diz franzindo o cenho e olhando penetrante:

= Eu sou o VINGADOR! Olha bem nos meus olhos e nunca mais esqueça!


Antes que o rapaz possa falar qualquer coisa o VIGADOR lhe dá um soco deixando-o à nocaute, pega o “Fumaça” e o “Ratão” pelas respectivas golas das jaquetas e arrasta até a frente da delegacia e os deixa lá.

Assim como apareceu também sumiu esgueirando-se pelas sombras da cidade, foi para sua casa remoer sua dor com as fotos de sua família.

Apanha uma garrafa de Whisky se joga no sofá ouvindo ACDC e revirando o álbum quando toca o telefone.

O VINGADOR salta do sofá! Seu numero não é conhecido por ninguém. Atende sem responder.
 Uma voz fraca do outro lado diz.

- Socorro senhor Víndici. Isto é uma armadilha... Mas estou morrendo e o Senhor sabe como entrar... Meu AP é naquele bec... Silêncio absoluto do outro lado...

3° Capítulo

VINGADOR desconfiou de algo pelo nome Víndici, apanha a máscara vai até a garagem improvisada no seu prédio abandonado e pegou sua “Vulcan”, uma moto Kawasaki 900 cc e foi à toda velocidade para o lugar que  achou ter entendido. O beco onde conheceu Etienne. Usa os calçados especialmente almofadados com tecido de algodão para que possa andar e pular sem fazer barulho.
O VINGADOR precisa evitar sua detecção, ao escalar a parede e esgueirar-se através de pequenas aberturas. Ele investiga com alguns rapazinhos sobre qual é o prédio de Etienne e o numero, depois que lhe disseram tudo que ele queria saber, ele escalou a parede até o parapeito da janela, em silêncio.
Procura se existem câmeras, não encontra, olha através do vidro.
Dentro da sala tem um cara encostado na porta com uma metralhadora pronta para disparar.
O VINGADOR desloca suas junções para permitir se espremer através da pequena abertura que ele fez na janela para não ser observado.
  Se arrastando na parede ele vai até o outro cômodo e faz um barulho para chamar atenção do meliante.
O homem segue o barulho com a metralhadora em punho. O vingador fica atrás da cortina e quando o homem passa rente a ela, segura-o pelo pescoço com a mão esquerda apertando forte para cortar seus movimentos e fazê-lo soltar a arma, enquanto com a direita aperta a cabeça dele contra o peito pegando todo seu rosto enfiando os dedos nos olhos dele.
O meliante fica sem ar se debatendo, O VINGADOR vai apertando até ele cair aos seus pés sem vida e vai para o quarto onde acha estar Etienne...
 ... ele está realmente lá...
 Com dois torturadores. O VINGADOR dá uns passos para trás, Etienne está em um “Pau de Arara”...
Tem  o rosto desfigurado, a boca sangrando...

 O trauma de ser seviciado por alguém, sem condições de reagir, é uma situação horrível, ainda mais se esse alguém é uma pessoa sensível como Etienne.
O ódio cresce no coração do VINGADOR. Nada justifica a tortura de um ser humano sensível à dor física e psicológica como a que Etienne está passando agora. Com seu ânus todo arrebentado por vários objetos além dos pênis dos facínoras. A tortura não desfigurou apenas seu corpo, mas também sua alma que ele defendia com a bondade de seu coração.
O VINGADOR aparece na porta.
Um dos homens tem uma faca na mão e faz pequenos cortes no abdômen de Etienne, o outro manda
que o VINGADOR entre e largue a arma, ou seu amigo vai enfiar a faca na barriga de Etienne e torcer.
O VINGADOR diz levantando as mãos:

= Tudo bem! Calma eu só tenho um canivete, vou pegá-lo e jogar para vocês.

Neste momento Etienne abre os olhos marejados pela dor e implora em silêncio algo ao VINGADOR  que  entende imediatamente seu pedido.
Com uma precisão vital e perfeita ele joga o canivete que já estava em sua mão, na garganta de Etienne matando-o na hora.
Os bandidos ficam sem ação por uns segundos O Vingador Faz uma posição com a mão em forma de garra e com as pernas separadas dobrando os joelhos e num impulso parte pra cima do adversário, mas  antes de chegar nele, muda à posição da mão para forma de bico e “bica” os olhos dele. Que foi pego desprevenido pela mudança de golpe.
Mas o outro atirou várias rajadas tirando lascas como sulcos no braço do VINGADOR que se jogou  no chão, rolou e descalçou-o bandido, logo em seguida pegou-o enquanto caia, segurou na testa dele e no queixo torcendo a cabeça e quebrando o pescoço dele. Depois amarrou seus pés e suspendeu até o telhado e com sua própria faca o sangrou como a um porco.

O outro, com um olho furado procurava a arma, procurava seu amigo, e somente encontrou uma poça de sangue onde antes ele estava. Ficou paralisado.

A cara do marginal começou a ser encharcado com algo quente, viscoso, o que o fez olhar para cima imediatamente...
- É sangue! disse ele desesperado.
Vendo o seu amigo ensanguentado de cabeça para baixo, pendurado pelos pés, e mais na frente o homem de negro como a noite, uma criatura nefasta, com as mãos ainda sujas do sangue  fresco de seu amigo que lhe fala com voz áspera:

= Você é o próximo!

- O que é você? Disse o marginal, finalmente parecendo se desvencilhar da paralisia do medo.

= Sou quem você procurava! Sou quem você esperava torturando meu amigo. O VINGADOR

Em dois giros chega junto dele, retira o canivete da garganta de Etienne, agarra o pescoço do marginal com o braço direito, com o esquerdo segura a testa dele e passa o canivete na sua garganta bem fundo com ódio, matando-o.

Depois disto Sebasthien desamarra Etienne retirando o rapazinho do “pau de arara” devagar, com lágrimas nos olhos, porque mais alguém que ele gostava morreu só por esse motivo.

O VINGADOR tem que viver só, para não ver mais quem ele gosta, partir de modo tão absurdo.
Ele limpa e veste o corpo de Etienne, põe sobre a cama chama a polícia.
Etienne precisa de um enterro digno.

O VINGADOR sai antes que chegue a polícia.

Final


Adeus Etienne
Deu uma ultima olhada pra seu amigo Etienne foi até o beco pegou sua para sua "Vulcan" e foi para casa, lá no alto do prédio abandonado, retirou toda a roupa chegou  na janela e permaneceu um tempo olhando a cidade dormir inocente.
 No meio das pessoas inocentes existe a escória impune que sentirá a ira do VINGADOR.
Sebasthien sente-se mal por ter matado um homem inocente e pensa na ideia de encerrar a sua luta solitária contra a bandidagem, mas volta atrás porque homens como Charles Durnning sempre estarão à solta para atormentar a vida da população.

Ele chega bem junto a sacada e grita alto, a plenos pulmões toda sua ira.

= AAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRRRRGGGGGGGGGG

 Seu grito ecoa na noite alertando aos facínoras que ele está na espreita.
Ele O VINGADOR

Uma criação de Lê Mât

Um comentário:

Todo escritor se sente lisonjeado com comentários ou cíticas construtivas, nos ajuda a melhorar. Eu Lê Mât agradeço o privilégio.